Traições com os amigos mais próximos
Inês e João divorciaram-se . Marta Deixou de se encontrar com ele. Acabaram-se os bouble dates e as viajens de amigos. O T3 está à venda. Mas o casamento de Marta e Nuno continua: Inês não contou a ninguém que tinha sido traída pelo marido e pela amiga, não queria que os filhos soubessem. Nuno nunca percebeu que o amigotinha tido uma relação com a sua mulher- mas acabaram por se afastar depois do divórcio. “Foram dois anos maravilhosos, mas acabou”, conclui Marta. “Não ponho a vida que o meu marido me dá em risco por causa de paixonetas.”
Eduardo da Silva, director-geral da clínica de reabilitação Villa Ramadas (que tratam, entre outras dependências, a adição ao sexo) explica porquê. “ O que a maioria das mulheres procura numa relação amorosa é segurança e estabilidade. Quando percebem que isso está em risco, inconscientemente, elas reagem.” De acordo com o especialista em psicologia - que já acompanhou vários casos de mulheres que se envolveram com pessoas da intimidade do casal (familiares, amigos e colegas de trabalho do marido) -, estas relações começam quase sempre como a de Marta: com um desabafo. “Para elas é importante ter uma relação de amizade. O ombro onde se chora é sempre o de quem se confia. Em troca, recebem carinho – e ai começa o envolvimento.”
APESAR DO PESO na consciência voltou lá dois dias depois. “Dá adrenalina, é como uma droga”, explica Eduardo da Silva. “A infidelidade e o medo de ser apanhado excitam. Quanto mais com pessoas tão próximas. “
Para o psicólogo Eduardo da Silva, da Villa Ramadas, tem de haver um desequilíbrio emocional muito acentuado para uma mulher se envolver com pessoas tão próximas. “Para satisfazer necessidades sexuais, põe em risco amizades e relações familiares. O preço a pagar é muito alto”.