Vício pelas redes sociais arrasta cada vez mais adultos
Dependência Assinalou-se ontem, 30 de Junho, o Dia Internacional das Redes Sociais. O JORNAL DE LEIRIA foi conhecer uma das facetas mais perversas destes produtos digitais, que, de forma silenciosa, viciam jovens e adultos.
Também Eduardo Ramadas, CEO, director clínico e director-geral do Centro de Tratamento Internacional Geral VillaRamadas, de Alcobaça, refere que esta problemática não tem surgido como principal motivo de internamento. “Contudo, é visível que cada vez mais existe um aumento da tendência para o uso da internet entre os nossos pacientes, que por vezes se apresentam com um comportamento disfuncional, com impacto no seu dia-a-dia”, observa o director-clínico, lembrando que o primeiro caso de dependência de internet em VillaRamadas surgiu em 2004.
Eduardo Ramadas salienta que, “por vezes o uso problemático das redes sociais não é imediatamente claro” e que “os pacientes chegam sem mencionar este comportamento como sendo problemático”. Este tipo de comportamentos aditivos, realça o director clínico, “não escolhem idades nem género, sendo possível afectar qualquer indivíduo em qualquer faixa etária, profissão e estatuto socio-económico”. Ainda assim, tem sido possível “visualizar um aumento do uso das redes sociais nas gerações mais jovens, sendo a população mais susceptível a desenvolver uma possível dependência”,nota o especialista.
Ressaca e isolamento
Apesar de poder ser difícil de detectar à partida, existe um conjunto de indicadores que remetem para o quadro de dependência de redes sociais. “Podemos aferir que estamos perante um comportamento aditivo relacionado com as redes sociais, quando o uso das mesmas interfere no dia-a-dia do indivíduo, ou seja, a partir do momento que o indivíduo descura a sua vida profissional, social, familiar e/ou outra área, de forma a despender tempo nas redes sociais”, expõe Eduardo Ramadas. “Outro possível indicador é o desenvolvimento de sintomatologia ansiosa quando o indivíduo passa períodos de tempo sem recorrer ao uso das plataformas, o chamado período de 'ressaca'”, prossegue o especialista. Ou seja, “quando o indivíduo passa a ser incapaz de controlar o comportamento relativo ao uso das redes sociais, e se verifica incapacidade em definir limites de uso e de respeitar estes limites”.
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