Maldito Álcool
Que o álcool destrói muitas vidas já sabia, mas que iria destruir a do meu pai, nunca me passou pela cabeça… Ele sempre foi uma pessoa muito divertida e bem disposta. Culto, com uma profissão de respeito, cheio de valores, bom marido e bom pai, esforçava-se para dar o melhor aos filhos.
Sem ninguém ter conhecimento, meteu-se em negócios duvidosos e quando as coisas deram para o torto, teve que pedir dinheiro emprestado. As dívidas foram-se acumulando e lá em casa ninguém desconfiava de nada. Chegava cada vez mais tarde a casa e ia directamente para a cama. Dizia que as coisas no trabalho não iam bem e que tinha que fazer horas extras. Quando estava com a família tinha comportamentos estranhos e percebemos que se deitava depois de todos. Aos poucos as garrafas que estavam guardadas apareciam vazias ou simplesmente desapareciam.
A minha mãe confrontava-o, mas ele negava, até que um dia nos ligaram da polícia. Afinal já não era a primeira vez que ia parar à esquadra embriagado, mas estes sempre o encobriram, só que a situação tinha chegado a tal limite, que não dava mais para omitir da família. Afinal, após o serviço, o meu pai andava de café em café a beber e depois insultava as pessoas na rua. Eu nem queria acreditar! O meu pai, aquele senhor que todos respeitavam…
Depois de muita negação, lá admitiu o problema de álcool e decidiu curar-se. Sem nenhum tipo de dúvidas, deu entrada em VillaRamadas. Eu já conhecia o trabalho da clínica e sabia que são os melhores do mercado. Com cinco meses em tratamento e perto de terminar, o meu pai tem sido exemplar. Tem tido uma grande força de vontade, mas também os terapeutas não lhe têm facilitado a vida, mas era mesmo isto que ele precisava.
Estou optimista e sei que em breve vou ter de novo o meu pai, aquele pai que tanto respeitava e admirava.
Obrigada a toda a equipa pelo bom trabalho!