Dupla depressiva

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Anónimo

Em nova sofri uma depressão devido a um desgosto amoroso e depois de ter sido mãe, foi a vez da minha filha sofrer de depressão. Ela tinha uma relação amorosa há vários anos, que a preenchia na totalidade. Os planos de casamento já estavam a ser delineados.

Entusiasmada com os preparativos, andava esgotada. Emagrecia a olho vistos, mas a alegria que sentia, não me permitia alertá-la. Com tudo pronto, igreja marcada, quinta para o copo-de-água escolhida, convidados confirmados, não podia em si de contente. A poucas semanas do casamento, o noivo disse que precisavam de ter uma conversa séria. Ela pensou que tinha ultrapassado o plafond previsto para a boda, mas afinal era bem mais grave que isso.

Ele já não queria casar, estava apaixonado por outra pessoa, com quem mantinha uma relação há alguns meses, mas já não dava para esconder, uma vez que essa amante iria ter um filho dele. Foi como se o mundo caísse sobre ela. Não conseguiu ter forças para cancelar as coisas. Meteu baixa no trabalho e trancou-se no quarto a chorar dias a fio. Os amigos iam visitá-la, mas ela nem os recebia. Tinha sido um golpe duro demais.

Nos dois primeiros meses não saía de casa. Quando saiu foi ter uma consulta num "bruxo", que lhe ia alimentando as esperanças, deixando-a de tal forma viciada nas consultas, que acabou com todas as suas economias. Não vendo resultados, desistiu. Tentou matar-se por diversas vezes, mas por sorte eu chegava sempre a tempo. Recusou todo o tipo de ajuda. Eu já não sabia o que fazer para a ajudar, até que me lembrei de ter visto num programa o quanto esta clínica tinha ajudado uma jovem depressiva. Informei-me melhor e trouxe-a ao engano a conhecer a clínica. Ela de início queria ir embora, mas perante a simpatia e frontalidade dos terapeutas, sentiu-se desafiada. Entrou em recuperação, com variações de humor. Aos poucos começou a ganhar auto-estima, depois voltou a sorrir e a criar objectivos. Quando saiu parecia uma nova pessoa.

Regressou ao trabalho, reatou as antigas amizades e decidiu que iria ser feliz. Continua a viver comigo e quando sinto que fica mais triste, dou-lhe uma ajudinha. Também eu me libertei da minha depressão que nunca tinha sido tratada. Esta clínica deu-nos uma nova oportunidade de vida e por isso nunca vou esquecer o quanto foram importantes e ainda continuam a ser.

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