Recuperar da Depressão
Sofri de um enorme desgosto de amor que me deixou completamente devastada. Com o meu companheiro formava o casal maravilha.Tínhamos uma cumplicidade enorme, onde um ia, ia o outro, as discussões eram raras, estávamos sempre enamorados. Sentia-me a rapariga mais sortuda à face da terra por tê-lo na minha vida.
Depois de poucos anos de namoro casámos. Os dois anos seguintes foram como se estivéssemos sempre em lua-de-mel. Ele fazia-me sentir amada. Fazia-me sentir segura. Fazia-me sentir desejada. Fazia-me sentir única…
Entreguei-me a ele a 100%. Enquanto namorados falávamos em ter filhos, aliás ele era sempre o mais entusiasmado com este assunto. Como já estávamos casados há alguns anos, senti que era altura de pensarmos em ter um filho. Falei com ele, mas para meu espanto disse que ainda não queria. Estranhei, mas estava disposta a esperar mais um tempo.Aos poucos as atitudes dele foram mudando comigo. Começou a chegar cada vez mais tarde a casa, sempre cansado e sem disposição para nada. Aos poucos sentia que o estava a perder, já nem tínhamos relações sexuais.
Sempre ausente, um dia decidi esperá-lo à saída do emprego e qual não foi o meu desgosto quando o vi agarrado a outra mulher. O meu coração ficou tão apertado que parecia que ia explodir. Chegado a casa, confrontei-o e entrei em choque quando me revelou que já andava com aquela pessoa há alguns meses. Expulsei-o de casa e a partir daí deixei de viver. Não vale a pena revelar os contornos da situação, o importante é que entrei numa profunda depressão, perdi a vontade de viver, tendo tentado o suicídio por variadas vezes. Decidi procurar ajuda e entrei em tratamento neste centro.
Foram todos incansáveis. Revia-me em alguns colegas que também estavam em recuperação e com eles voltei a ser a Catarina de outros tempos. Continua a ser uma luta, mas sei que vou conseguir.