Internet adicção
Muita gente pode não entender este meu testemunho, mas a verdade é que a internet conseguiu destruir a minha vida. Sempre fui um jovem que gostava de conviver com os amigos, mas desde que surgiu a internet, isolei-me do mundo.
Explorei tudo o que havia explorar, passando os dias fechado em casa. A minha vida era escola e computador. Actividades como futebol, natação, aulas de guitarra, ficaram para trás, uma vez que a internet me permitia ter sensações semelhantes e com a vantagem de não sair de casa. Fiquei completamente viciado na internet e passava as noites a jogar online, mantendo-me acordado à custa de muitas bebidas energéticas. Os meus pais começaram a notar tudo isto e chamaram-me à atenção, chegando mesmo a ameaçarem-me, que se as minhas notas na escola baixassem, tiravam-me o computador.
Tive que mudar de estratégia e mal chegava da escola, estudava cerca de uma hora e depois internet de novo. Os meus pais só maldiziam o dia em que a internet tinha surgido, mas eu conseguia convencê-los a manter a ligação, alegando que era útil para os trabalhos escolares. Como faziam tudo por uma boa educação, lá acediam. Para que não implicassem mais, tirei cursos online e eles lá iam acalmando. Eu era um ás na internet, mas um zero nas relações humanas.
Chegava a passar 15 horas seguidas online. Os anos foram passando, até que entrei para a faculdade e era-me exigido um esforço adicional. As bebidas energéticas substituíam as refeições e em pouco tempo fui parar a uma cama de hospital com um esgotamento nervoso. A situação era de tal forma grave que os médicos aconselharam os meus pais a internaram-me para tratar o meu vício pela internet.
Depois alguma pesquisa, ironicamente na internet, descobrimos o centro de tratamento. Eu não queria, mas depois de ter ido lá passar um dia fiquei convencido, que se havia local onde me conseguiria curar, seria ali. Congelei a matrícula na escola e lá estive uns 7 meses em tratamento.
Sentia-me isolado de tudo e de todos e não sabia manter uma conversa com ninguém. Aos poucos fui-me integrando e ter actividades que me preenchiam, como a leitura, a música, voltei a jogar futebol e que bem que me soube. Criei uma rede de amizades e estava com a auto-estima em alta. No regresso a casa, os meus pais controlavam-me as horas no computador, mas nem havia necessidade, porque sentia-me de tal forma bem com o novo estilo de vida que tinha aprendido a levar, que sentia-me preenchido.
A verdade é que este tratamento mudou a minha vida, não só porque me tratou do meu vício pela internet, mas também porque me tornou uma nova pessoa, independente e com uma grande auto-confiança.
Atenção que a internet é uma ferramenta que tem os dois reversos da medalha, há é que fazer uma boa gestão…