Auto-medicação Forçada

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Anónimo

Uma coisa tão simples, como uma dor no meu joelho esquerdo levou-me a tornar-me dependente de medicamentos.

Esta dor surgiu após uma queda grave numa estância de esqui. Fiquei com uma rotura de ligamentos, o que me levou a andar de muletas e a fazer fisioterapia. Só que as dores eram insuportáveis e eu já não estava a aguentar.

Muitas das vezes nem conseguia dormir, de tantas dores que tinha. Assim, pedi ao meu médico de família analgésicos. Só que seguindo a prescrição dele não resultava, então aumentei a dose para o dobro e posteriormente para o triplo. Já curado, continuei a automedicar-me. Era mais forte do que eu e tinha um medo grotesco de voltar a ter dores.

Assim, para as prevenir, continuei a tomar os medicamentos. Sem me aperceber tornei-me dependente. À mínima dor que tinha, lá estava eu a tomar medicamentos. Os meus pais descobriram e privaram-me do seu uso. Só que mesmo assim, arranjava formas de os ter. O pior, foi quando os misturei com bebidas alcoólicas. Não foi uma situação premeditada, simplesmente não me lembrei que os estava a tomar…

Entrei em coma e dei entrada no hospital. Após dois meses de internamento regressei a casa, mas os meus pais sentiam que necessitava de ajuda. Levaram-me até ao centro e fiquei logo convencido que era mesmo a melhor maneira de me ver livre desta adição. Há males que vêm por bem e este caso foi assim.

O desmame dos medicamentos não foi fácil, mas chegar ao fim do tratamento livre deles foi e continua a ser uma vitória.

Quero alertar para os perigos da auto-medicação e se sentir que está a entrar num destes caminhos, pare, antes que lhe destruam a vida.

Aqui aprendi a ser livre, sem necessitar de subterfúgios para tapar a dor.

E acreditem que pode ser uma dor bem grande….

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