Dependência do Álcool

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Embora o seu consumo seja legal e socialmente aceite, o álcool pode ser considerado como a “droga” mais dura, mais barata e mais publicitada existente em Portugal. Em 2015, Portugal ocupava o terceiro lugar na tabela dos 36 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) de consumo de álcool per capita.

Estima-se que aproximadamente quatro por cento (4%) da população mundial sofra de dependência do álcool, isto é, seja viciada nesta substância, o que implica consequências bastante negativas não só para os alcoólicos, mas também para as suas famílias e sociedade em geral.

Quando nos referimos ao álcool como sendo um tipo de droga bastante “pesada”, fazemo-lo tendo em conta as consequências do seu uso compulsivo que, aos poucos, se tornam impeditivas da manutenção de uma vida dita normal. Tal impedimento implica o consumo desta substância como forma de enfrentar o dia-a-dia e a sua manifestação nos comportamentos e atitudes de todos aqueles que a ela recorrem de forma contínua, abusiva e destrutiva.

A “dureza” desta droga pode ser facilmente verificada através dos problemas a ela relacionados, que ultrapassam os das outras drogas. Consideremos a quantidade de famílias onde existe violência ou famílias que foram destruídas devido ao consumo de álcool, as doenças gastroenterológicas (cirroses, úlceras, alguns tipos de cancro) e as mortes a elas associadas, as patologias neurológicas (polinevrites, demências) e, sobretudo, os acidentes de viação com graves consequências e sequelas para os envolvidos que, numa percentagem elevada (mais de 50 por cento), ocorrem sob a influência do álcool.

A dependência psicológica do álcool pode sobrevir num período entre os dois e os cinco anos de consumo regular e a sua dependência física pode ocorrer depois de 15 anos de consumo.

Sendo a única “droga” socialmente aceite e permitida, o consumo do álcool é mais generalizado e perene que o das outras drogas.

A ingestão frequente de álcool faz com que o consumidor passe por diferentes fases, numa sequência de crescente deterioração, nomeadamente:

  • A experimentação;
  • O consumo ocasional;
  • O consumo regular;
  • A dependência.

Numa fase inicial, podem ser facilmente reconhecidos alguns indícios, tais como:

Uso frequente de bebidas alcoólicas, por vezes justificado como combate ao stress ou como forma de enfrentar uma preocupação;

Promessas de deixar de beber e pequenas modificações da personalidade, especialmente irritabilidade.

Na fase média, outros indícios poderão ser detetados:

O indivíduo que bebe procura negar, esconder e desmentir a sua conduta ligada ao álcool; Começa a beber mais cedo no decorrer do dia e bebe porque sente necessidade do estado de bem-estar e de euforia obtido com a ingestão de álcool.

Finalmente, na fase de total dependência do álcool, o alcoólico vive só para beber. Os seus órgãos vitais são afetados e a sua personalidade adultera-se. Sente-se triste, isolado, culpado, irritável e tenso. Surgem ainda problemas sociais tais como acidentes e/ou decréscimo ou anulação de produtividade.

Um fator a ter também em conta é que as dificuldades inerentes à dependência do álcool não são apenas individuais, uma vez que onde vive um alcoólico vive também uma família em sofrimento.

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