Internamento para a Dependência do Álcool
O tabaco, o álcool e até mesmo o café são substâncias estimulantes para o organismo.
Como é que se revela este estímulo? A hipófise - glândula responsável pelas sensações do paladar e do olfato - está sempre “vigilante” e, quando deteta as substâncias referidas, dá um alerta e “convoca” todas as outras glândulas para eliminar o “intruso”. Nesse momento, a concentração de energia é sentida como um estímulo que provoca uma sensação de prazer, razão pela qual se repete a dose, gerando assim novos estímulos. A repetição contínua deste processo origina a dependência, pois causa habituação e as glândulas perdem as forças para proteger o organismo e este passa a precisar daquelas substâncias para conseguir trabalhar.
É sabido que, mais do que mudar um comportamento que se transformou num padrão, é necessário mudar os pensamentos e os sentimentos que estão na génese das dependências.
O internamento para a dependência do álcool não só permite cessar o consumo da substância como também, e essencialmente, de todas as rotinas a ele associadas, potenciando a continuidade do esforço de mudança, no seio de um grupo amparado por profissionais especializados prontos a dar uma “mão cheia” de compreensão e amor.
O alcoolismo não é uma doença hereditária, mas em diversos casos tem uma forte componente genética. Quem é filho de pais com problemas relacionados com o consumo de álcool tem maior probabilidade de vir, de igual modo, a padecer do mesmo mal, não só por ter tido um modelo em casa, mas também devido a uma predisposição genética (que nada tem a ver com sina!).
A adição ao álcool é completamente incompatível com o controlo social sobre o ato de beber, pelo que é sugerida a prática da abstinência total como a única via totalmente eficaz de proporcionar a libertação da dependência e evitar recaídas.
O internamento e o tratamento proporcionam ferramentas essenciais para se conseguir resistir à tentação de querer fazer com que todos os problemas “passem” através das “asas” do álcool, fortalecendo o alcoólico para que este consiga encontrar dentro de si recursos menos tóxicos, mais naturais e saudáveis para enfrentar a sua vida.
Durante o período de tratamento, o indivíduo não vai continuar a ser o “bobo da corte” como era nos locais onde costumava embriagar-se, sob o olhar trocista dos outros e a atitude criminosa de quem, vendo o seu estado deplorável, lhe vendia mais e mais álcool.
Pelo contrário, será acarinhado e encorajado a seguir o caminho da sobriedade, ou seja, o caminho da mudança, do crescimento e da felicidade.
O tratamento da dependência do álcool, permite abandonar a escravidão da “substância” e as suas terríveis consequências, ensinando o dependente a enveredar por opções mais adequadas e responsáveis, que lhe permitam alcançar uma vida própria e repleta de liberdade, na qual cada dia passará a ser “o primeiro dia do resto da sua vida”.