Internamento para o Tratamento da Dependência de Fármacos (Medicação)
A ansiedade, a depressão, o cansaço, o desapontamento ou um processo de luto não resolvido podem constituir o “pontapé de saída” para o início de uma dependência medicamentosa.
Não é, contudo, por consumir medicamentos que o problema ou dificuldade que deu origem a esse consumo desaparece! Pelo contrário, essa é a “melhor” forma de adiar e, em muitos casos, rejeitar até uma eventual solução.
O internamento para o tratamento deste tipo de dependência, prepara o sujeito para uma autonomia da qual já não tinha memória ser possível ter.
Quem chega a um internamento para o tratamento da dependência de fármacos vem, regra geral, sem sentir quaisquer motivos para viver, sentindo que não tem qualquer utilidade, que é uma pessoa completamente horrível, fria e sem capacidade de se emocionar. Pode também acontecer que a pessoa se sinta alguém amoroso, inteligente, afável, sem que os outros consigam ver, todavia, essas características em si e, portanto, não lhe dediquem o devido respeito.
Com tantos fármacos à mão de semear, o perigo de um dependente desta substância decidir acabar com todo o seu sofrimento, consumindo de uma só vez uma grande dose, é enorme.
Numa época em que se consome de tudo menos bom senso, o internamento para o tratamento da dependência de medicação aponta alternativas prudentes e respostas mais eficazes e perenes do que as “soluções imediatas” que possam eventualmente surgir.
Através do contacto real e não mascarado com as realidades que vão surgindo no centro de tratamento, o paciente “treina” e “ensaia” o controlo da ansiedade sem recorrer a qualquer químico, aprendendo assim a lidar de forma “natural” com aquilo que o costumava deixar desorientado.
O tratamento deste tipo de dependência foca-se, acima de tudo, em incutir no adicto a responsabilidade da condução da sua vida sem necessidade de recorrer a qualquer tipo de “alteradores do seu estado de espírito”, o que nem sempre será muito fácil.
A vida é cada vez mais rápida e anónima… Tudo corre a uma velocidade louca e não há tempo para falarmos das nossas coisas ou, ainda pior, não há com quem delas possamos falar.
No entanto, ao terminar o tratamento, o paciente irá saber que nunca mais estará sozinho e que haverá sempre uma voz disponível, uns ouvidos atentos, uma mão estendida ou um abraço garantido sempre que dele precise, transformando assim a sua vida numa positiva história de esperança.