Auto-mutilação vs Amor
Com 15 anos tive a minha primeira experiência de auto-mutilação. Tinha tido um dia horrível na escola, os meus colegas tinham gozado com os meus óculos novos. Sem saber o que fazer com tanto ódio, acabei por me fazer mal. Jurei a mim mesma que seria uma vez sem exemplo, mas na verdade não consegui cumprir a promessa.
O acto de me auto-mutilar passou a fazer parte da minha rotina, com mais intensidade quando tinha problemas na escola. Sempre consegui esconder dos meus pais, até porque me cortava em sítios estratégicos, como por exemplo na barriga.
Já na faculdade mantinha a atitude. Tudo mudou quando conheci o meu actual namorado, que acabou por descobrir que toda a minha frustração era transferida para o corpo. Preocupado levou-me a um psicólogo, mas nem assim conseguia controlar os meus impulsos.
Tinha que escolher ou o amor ou a auto-mutilação e claro que escolhi o meu namorado.
Entrei em tratamento e ai percebi o mal que me tinha andado a fazer por tantos anos. Decidi confiar e tentar ganhar ferramentas para uma vida sem problemas. E têm sido essas ferramentas que me têm dado equilíbrio para a vida.
Nunca recai e já consegui aceitar as coisas menos positivas. Sem o meu namorado e sem o apoio de toda a equipa da clinica nunca conseguiria.
Obrigada por me aturarem.