Morte prematura

A morte é sempre um assunto muito delicado, mas por vezes é bom falar dela, para que se consiga perceber que no fundo não há nada a fazer senão aceitá-la.

O pior é quando vimos que uma pessoa que nos é muito querida se está a matar aos poucos propositadamente. E é sobre isto que venho dar o meu testemunho. Por pouco perdia a minha irmã, que não conseguia aceitar a morte do seu único filho, vítima de um tumor.

Foi horrível quando lhe foi diagnosticado o problema, mas com os tratamentos que existem hoje, toda a família estava optimista, inclusive o menino. Durante dois anos, foi submetido a sessões de quimioterapia, que tão depressa pareciam fazer efeito, como de repente perdíamos a esperança. Durante 2 anos vivemos nesta tortura, até que o meu sobrinho, sem conseguir lutar mais, faleceu. Se a mim me doeu e ainda dói, nem quero imaginar à minha irmã.

Eu que ainda não tenho filhos, não consigo dar o verdadeiro valor a esta perda. Depois como se já não fosse terrível demais a morte dele, foi ver o estado de degradação a que a minha irmã chegou. Sem vontade de viver, passava os dias em casa, completamente alienada.

Sempre que podia estava presente e ia visitá-la, mas de nada adiantava. Percebi que por mais que eu lhe dissesse, ela não reagia. Por sorte, decidiu lutar a tempo.

Ganhou forças e pediu ajuda.

Voltou a renasceu.

Sempre que a ia visitar ao centro de tratamento ficava encantada. Fizeram maravilhas por ela e também pelo resto da família, uma vez que aproveitávamos estas visitas para falar com a equipa terapêutica.

Sempre simpáticos e disponíveis também nos ajudaram a lidar com a situação e a lidar com a minha irmã. Aconselho vivamente a quem estiver a passar por uma situação de tanta dor como esta, a pedir ajuda a este centro de tratamento.

Só tenho coisas boas a dizer. Hoje a minha irmã voltou a sorrir e traçou objectivos de vida, não pondo de lado a hipótese de um dia voltar a ter um filho. Nem imaginam a vitória que é ela fazer esta suposição…

Bem-haja por tudo o que fizeram e continuam a fazer por nós.