Perda de companheiro de vida...
Neste momento estou a atravessar uma das fases mais difíceis da minha vida.
Ainda nem fez um ano que perdi o meu marido, vítima de um enfarte de miocárdio. O homem que sempre foi uma força da natureza e que era quem me ajudava em tudo, não conseguiu ganhar esta luta. Fiquei num vazio profundo. Mais de três décadas de companheirismo, dedicação, cumplicidade e amor, acabaram num momento.
Quando cheguei a casa e o vi estendido no chão, foi um tremendo choque. Deitei-me ao lado dele, aninhei-me e chorei horas a fio, até que chegou o meu filho mais velho. Os dias seguintes foram um inferno. Tem sido um processo de luto doloroso. Em casa, sozinha, parece que continuo na esperança que o meu marido me entre pela porta.
Eu sei que isso não vai acontecer, mas ainda me estou a capacitar da verdade. Face a tanta dor, decidi recorrer a VillaRamadas, depois de ter tido referências de uns familiares. O certo é que se não fossem os terapeutas, não sei se eu própria ainda estaria viva.
São eles que me ajudam a atenuar o sofrimento e a perceber que tenho que continuar a viver, afinal ainda há tanto para fazer. Ainda quero ver os meus filhos bem na vida, quero ter netinhos, quero conseguir rir como não o faço há tanto tempo (o meu marido adorava o meu sorriso)…
O processo de luto deve ser dos mais dolorosos que existem. Não há dor maior do que a de perder alguém que se tornou parte de nós, mas é a esta dor que nos devemos agarrar para lutar pela vida. Ainda tenho muito a aprender, mas também sei que eu preciso de seguir o meu caminho e é por ele que todos os dias acordo com pensamento positivo. Porque também sei que nunca mais vou deixar de lidar com o luto.
Quero é saber aceitá-lo e por isso as terapias têm sido fundamentais.
Se hoje começo a erguer a cabeça, devo-o sem dúvida à ajuda dos terapeutas que me têm acompanhado.