Tratamento da Ira
Um tratamento para o controlo da raiva ajuda o paciente a reconhecê-la, a aceitá-la e a tratá-la, com o intuito de melhorar a relação consigo mesmo e, por conseguinte, com todos os que o rodeiam.
O contacto com os demais apresenta, no pós-tratamento, francas melhorias e, pouco a pouco, o paciente vai conquistando a tão famigerada e desejada serenidade.
O tratamento para o controlo da raiva propicia ao paciente a entrada em contacto com os seus próprios sentimentos e adianta formas de os expressar de maneiras apropriadas e saudáveis, propondo princípios a aplicar nas suas atividades diárias, de forma a coligar o paciente consigo próprio e com os seus sentimentos.
Ao longo do tratamento, o paciente vai aprendendo que a raiva resulta, essencialmente, da sua frustração para com os outros ou para com a sua respetiva condição de vida.
Enceta então um processo de aceitação das coisas que não pode modificar, tentando mudar apenas aquelas que pode.
A autoconsciência adquirida ao longo do tratamento do controlo da raiva permite ao paciente saber como se sente realmente a cada momento, começando a lidar intuitivamente com situações que o costumavam deixar completamente desorientado.
Quando a pessoa ganha experiência nesta nova maneira de manusear a raiva e os ressentimentos que foi acumulando ao longo de uma vida, permite-se sentir a emoção, para se deixar viver o sentimento somente durante o tempo adequado, aprendendo também que querer recalcar este sentimento é meio caminho para o fazer regressar ainda com mais força.
O paciente descobre, então, que antes de agir deverá falar sobre o que o desassossega com alguém que seja neutro e que, desapaixonadamente, lhe poderá dar uma visão imparcial da situação e algumas dicas para ultrapassar essa situação da melhor maneira.
Assim, e tendo a possibilidade de se libertar da raiva e de acatar sugestões, o paciente ficará apto a assumir a responsabilidade pelos seus sentimentos sem necessidade de os negar ou reprimir, aprendendo a estar atento e a lidar com os mesmos de uma forma benéfica para si e para todos os que consigo interajam.
O paciente descobrirá também que, quando corretamente direcionada, a imensa energia contida na raiva é passível de jogar a seu favor, sob a égide de um estímulo que o impulsionará e que contagiará o ambiente onde este se move.