Internamento para a Automutilação
Embora, muitas vezes, seja o choque da descoberta aliado a uma sensação de não saber o que fazer que leva muitas famílias a procurar o internamento do seu familiar para a automutilação, noutras situações é o próprio indivíduo que se vê a braços com a sua impotência e lança um pedido de ajuda, vendo num centro de tratamento a sua derradeira esperança.
O internamento para a automutilação favorece a proximidade do paciente com um grupo de pessoas com diferentes dependências e com profissionais especializados, e da sua família com a equipa terapêutica e com ele próprio, mediante a informação e a sensibilização que lhe serão proporcionadas.
Assim, torna-se fundamental restabelecer os laços afetivos do paciente com a família que, por inabilidade ou distração, o pode ter negligenciado, levando ao sentimento de abandono e ao isolamento.
Este constitui um dos objetivos do internamento para a automutilação, dando tempo e espaço ao paciente e à família para se reestruturarem e criarem condições propícias à mudança.
Por outro lado, o internamento oferece ao indivíduo a possibilidade de se inserir numa outra família, mais alargada e mais diversa, que é o grupo com o qual interagirá durante o tempo de permanência em tratamento.
As terapias que ajudarão o paciente a identificar formas mais eficazes de lidar com as frustrações, os dinamismos com os outros membros do grupo e as atividades de lazer e desportivas, são alguns pontos fortes do internamento, que contribuirão, de modo seguro, para o desenvolvimento das potencialidades do adicto e para a construção e desenvolvimento de uma autoestima sólida, potenciadora de uma vida saudável.