Internamento para a Dependência do Café
O internamento para o tratamento da dependência do café permite, para além do corte radical com a substância, a aprendizagem de princípios e práticas espirituais, tais como a tolerância, a paciência, a humildade, a mente aberta (uma ideia nova não pode ser acolhida numa mente fechada) – que aportam o discernimento através da ponderação de pontos de vista distintos – a boa vontade, enfim, disposições que ajudam a reconhecer os próprios erros e a pedir ajuda.
No internamento para a dependência do café, o dependente vai encontrar pessoas iguais a si, que irão contribuir para que ele desenvolva uma atitude de amor e de confiança na sua vida, exigindo menos dos outros e dando-lhes mais.
Aprenderá a controlar melhor a raiva e a perdoar com maior prontidão.
Identificará com mais rapidez a necessidade de pedir ajuda e fá-lo antes de tomar decisões difíceis ou quando se encontre em momentos mais duros, tendo a plena consciência de que sozinho não pode, mas que juntos podem.
Este internamento é também bastante útil como treino intensivo no estabelecimento e cumprimento de metas, no ser assertivo(a), honesto(a) e sincero(a), no cultivar do bom humor, no ser o(a) seu(sua) melhor amigo(a), no abandonar de críticas destrutivas, no valorizar-se, no tentar coisas novas, no ser feliz!
No seio de um grupo composto por outros pacientes, o paciente sentirá acordarem-lhe sonhos perdidos e despertarem-lhe oportunidades; manifestar-se-lhe-ão o verdadeiro amor e a genuína amizade; descobrirá o valor de um abraço afetuoso; aprenderá a exercitar a aceitação – indispensável à recuperação – a confiar e a viver um dia de cada vez; começará a conhecer-se pela primeira vez e a experimentar, como novidade, a sensação de amar e ser amado, sabendo que as pessoas se importam com ele, que se interessam.
Durante o período de internamento, o adicto ao café vive fracassos e sucessos como realidades naturais da vida, sem dramas ou êxtases, dando por si a fazer coisas que nunca pensou conseguir.
Principia a dar valor ao respeito dos outros e fica feliz quando as pessoas contam com ele e as suas opiniões são procuradas e tidas em consideração.
Os seus interesses pessoais atenuam-se e ampliam-se as questões da comunidade terapêutica, da sociedade, da política…
Os passatempos e as diversões dão-lhe um novo prazer e deixa de se sentir um fardo ou um empecilho e percebe que só pode amar os outros quando se aprende a amar a si próprio.
No decorrer do internamento, o paciente consciencializa-se de que tem de ser ele a perseguir a sua qualidade de vida e assimila alguns relacionamentos saudáveis a ter com as diversas áreas da sua vivência quotidiana.
Por exemplo: em termos profissionais, há que ter disciplina havendo, para isso, horários e tarefas a cumprir no centro de tratamento; no domínio físico e financeiro, é necessária a aceitação; no contexto social e de lazer, deve reinar o autorrespeito; no âmbito familiar, a unidade é a palavra de ordem; os prismas emocional e espiritual são regidos pela honestidade e pela confiança em si e nos outros.
Depois de um internamento para o tratamento da dependência do café, é inevitável que a pessoa adquira uma visão mais ampla da realidade à medida que o seu crescimento pessoal se vai consolidando.