Internamento para a Dependência do Trabalho
Para uma pessoa que depende do trabalho o desemprego constituiria uma tragédia.
Poderia equivaler a perder a identidade, a uma rejeição insuportável, a uma machadada na autoestima e ao despoletar de sintomas de abstinência.
E só tem estes sintomas quem é dependente.
Para um dependente do trabalho, mesmo que a carreira tenha atingido o auge, os sentimentos de inadequação e insegurança estarão sempre lá.
O internamento para a dependência do trabalho é assaz vantajoso, desde logo porque aparta o adicto da sua “droga de escolha”, isto é, o trabalho e todo o ambiente envolvente.
Por outro lado, estabelece-se um distanciamento da própria família, que, entretanto, sentiu raiva, abandono e ressentimento, devido à dependência do seu ente querido.
O internamento para a dependência do trabalho visa, quando possível, atalhar caminho no sentido da recuperação do indivíduo, de forma a que este chegue ao limiar da vida.
Em grupos de terapia orientados por uma equipa de profissionais especializados, o paciente poderá beneficiar da partilha de experiências, de coragem e de esperança.
Por outro lado, será conduzido numa viagem ao interior de si mesmo.
Esclarecer e/ou reestruturar papéis familiares e melhorar a comunicação e a expressão das emoções são mais objetivos da intervenção ao nível da família, onde o paciente descobre outra dimensão de vida.
Pretende-se, com o internamento para a dependência do trabalho, que o “escravo” da necessidade de trabalhar, que se tornou uma pessoa inatingível para si e para os outros, regresse ao mundo real, rodeado de afetos, compreensão e tudo aquilo de que precisa para ser feliz.