Tratamento da Dependência do Telemóvel
A dependência do telemóvel pode surgir com diferentes roupagens.
Assim, há os dependentes do SMS (Short Message Service) que exibem, frequentemente, calos num dos polegares e/ou o teclado invulgarmente gasto.
Só estão bem a mandar e a receber mensagens de texto, sendo que a maneira está subordinada a estas missivas.
Podem mesmo chegar ao cúmulo de mandar SMS a si próprios a partir do computador.
Existem outros que são dependentes do novo modelo.
De seis em seis meses – no máximo – compram, de acordo com as suas posses, o mais recente dos modelos, com funções “XPTO”, estando dispostos a gastar quantias elevadíssimas nestas compras, quantias essas que muitas vezes não possuem.
Há também os exibicionistas, que andam com o telemóvel sempre na mão a jeito de mostrar a toda a gente a cor, o design e as funcionalidades do mesmo; que falam muito alto quando recebem uma chamada ou deixam tocar bastante para chamar a atenção de quem se encontrar nas imediações.
Alguns destes indivíduos, no auge da sua dependência, fazem tocar o seu próprio telemóvel e simulam diálogos animados e intermináveis.
Os game-players são os fanáticos dos jogos de telemóvel.
Jogam muito e com uma frequência exagerada, tentando sempre atingir novos recordes antes de darem por terminada a sessão.
A síndrome do telemóvel desligado afeta também um grupo específico de pessoas que entram em pânico se o telemóvel estiver desligado.
Para evitar esse dissabor, costumam andar com uma bateria de reserva carregada e nunca desligam o telemóvel, qualquer que seja a circunstância.
O tratamento para a dependência do telemóvel vai ajudar os “prisioneiros” desta tecnologia a libertarem-se dos seus medos verdadeiros e a redirecionar os seus valores e prioridades.
A falsa segurança de ter a possibilidade de estar sempre contactável e com possibilidade de contactar dará lugar à segurança real de se sentir bem consigo mesmo, dentro de si.
De facto, o contacto escrito (SMS) aporta, por exemplo, o risco de se perder a mensagem inicial, porque se dá início a um sem-fim de perguntas e respostas em que o essencial acaba por se diluir.
Por outro lado, no tratamento para a dependência do telemóvel, o paciente vai perceber que a sua maior necessidade é a de se comunicar consigo, permitindo-se ouvir o seu íntimo e dialogar com os seus sentimentos, sem precisar de intermediários, apenas de dicas e orientações terapêuticas muito específicas, adquirindo ferramentas que serão uma ajuda preciosa para enfrentar as dificuldades e os problemas da vida sem ter de estar armado com um telemóvel carregado.