Tratamento da Dependência do Trabalho
A negação da dependência do trabalho leva o sujeito a justificar esta adição com o seu elevado gosto pelo trabalho, pelo seu desenvolvido sentido de ética, pelo cuidado em velar pelo bem-estar da família, pelo apreço por algo que também é uma distração, etc.
Há, no entanto, sinais bem evidentes deste tipo de dependência, tais como:
- Necessidade de correr constantemente de ocupação em ocupação;
- Tendência exacerbada para o perfecionismo;
- Necessidade de controlo;
- Atribuição (negada) de maior importância ao trabalho do que à família e amigos;
- Estados de ansiedade aliviados através do trabalho;
- Sintomas de abstinência pela ausência de trabalho;
- Lapsos de memória;
- Momentos de ausência devido a pensamentos relacionados com trabalho;
- Impaciência;
- Irritabilidade;
- Descuido com a alimentação, com o sono, com o exercício físico e com o lazer;
- Necessidade de, à semelhança do que acontece com as outras dependências, ir aumentando a dose de trabalho para sentir o mesmo efeito.
Ao contrário das outras dependências, esta constitui uma fonte de prazer indireto, cujo tratamento é assaz difícil e complicado, pois habitualmente não é detetado numa fase precoce.
Quando alguém recorre a um tratamento para a dependência do trabalho, a doença já se encontra em estádio bastante avançado e o indivíduo chega esmagado e esgotado, pela sua dependência.
O tratamento para esta dependência, procura ajudar o paciente a preencher o vazio que até então tentou tapar com a sua dependência.
O tratamento passa ainda por recompor possíveis ocorrências traumáticas, algum desconforto existencial, reger as emoções (de modo a que o adicto se permita senti-las e comunicá-las), rever a perceção de si próprio (que influencia a autoestima), contrariar a predisposição para a autodestruição e encetar uma reestruturação cognitiva da pessoa.